Escolhas tardias que valem ouro

Reuters

O draft é para os entendidos um sistema de defeso que permite às equipas mais fracas, ou pelo menos com piores registos, ter direito a escolher os melhores jovens a cada ano que passa. Por isso, ter a primeira escolha é considerado meio caminho andado para uma época melhor que a anterior. Este ano, Greg Oden e Kevin Durant são já apontados como futuros all-star e já fazem parte da selecção norte-americana. No entanto, os últimos anos têm dado algumas lições que é possível ter tanta ou mais sorte com escolhas tardias. Nesse aspecto, Carlos Boozer é o exemplo mais claro.

Ano: 2002. O mundo do basquetebol americano estava encantado com o gigante chinês que havia brilhado no Mundial jovem em Portugal. Yao Ming, dos Shanghai Sharks era o jogador mais cobiçado e a sorte calhou aos Houston Rockets. Abaixo, muito mais abaixo, na sexta opção da segunda ronda, os Cleveland Cavaliers optavam por um jogador chamado Carlos Boozer. 35.ª opção, não era muito abonatório, mas o tempo fez questão de esclarecer o oposto.
As primeiras duas épocas em Cleveland não correram de forma espectacular (média de 10 pontos e 7.5 ressaltos no ano de estreia e 15.5 pontos e 11.4 ressaltos no ano seguinte), mas a mudança para Salt Lake City permitiu-lhe progredir ainda mais como jogador. Esta época foi a melhor de sempre, atingindo máximos de carreira (20.9 pontos, 11.7 ressaltos e 3 assistências) e contribuindo de forma directa para a excelente campanha da equipa esta época.

Boozer não foi, no entanto, a única escolha tardia de sucesso de 2002. Tayshaun Prince, um dos jogadores mais regulares dos Detroit Pistons, foi a 23.ª escolha, Caron Butler a 10.ª e Amare Stoudemire a 9.ª.
Estes dados ganham maior destaque quando se repara que das primeiras cinco escolhas, apenas Yao Ming é um all-star. Jay Williams (2.º) e Nikoloz Tskitishvili (5.º) já não actuam na NBA, enquanto Mike Dunleavy e Drew Gooden (3.º e 4.º) não passam de jogadores regulares nos Indiana Paceres e Cleveland Cavaliers, respectivamente.